terça-feira, 22 de maio de 2012

No Frans


No Frans tomo um café
sentado num sofá
e com a mente a borbulhar
de pensamentos impuros
Vem á atendente
e me oferece as possibilidades
mas eu estou a olhar o deserto da madrugada
onde as moças vagueiam por todos os lados
falando dos namorados e da noite nos bares


MEU TEMPO


MEU TEMPO

Meu tempo que se esvai
tão sorrateiro como lembranças da infancia
e de canções que voltam sempre quando hiberno
Quando adolescente rompo os dias como um cometa
e quero toda urgência da rebeldia

Meu tempo que corre apressado
como num estalo busco a mocidade
tempos felizes onde o sonho sempre era possível
não tinha muros ou grades
ou mesmo os caminhos obscuros não eram intransponíveis

Meu tempo que foge num mar de vento
já adulto penso o quanto quero
o meu par me olhando
e quero mais, quero mesmo
todo o romance na taça de vinho branco

Meu tempo que chega pulsando
mas as horas continuam a passar
na velocidade de um avião super sonico
e vou embora não querendo
mas é chegada a hora

terça-feira, 15 de maio de 2012

O que sou em partes....




VÊ SE ME ENTENDE

Vovó Amélia que era francesa que quando criança veio para o Brasil
e que todos chamavam de mãe Amélia
Vovó Maria que é filha de Amélia e esposa do Mandú
Vovô Mandú ou mesmo José Mandú ou Zequinha
como era chamado na intimidade do casal Mandus
Minha mãe Natália filha do Mandú com Maria e neta de Amélia

Vovô Pereira que morava em Recife e que se sabe era bom observador
Minha avó Amélia casada com Pereira que pouco sei por onde andou

Meu pai Auriel, filho de Pereira com Amélia que em Recife se perpetuou

Minha mãe Natália e meu pai Auriel não sei como tudo começou
só sei que nasci em Recife e que no dia 27 de janeiro de 1970
vim ao mundo não de elevador...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Um sopro de Elis Regina


No meu carro à rodar

Quero você mas não ouso falar
minha timidez me desmonta
e não quer juntar
Quero toda a cor que puder me dar
e o teu amor, mas como conquistar

Desejo todo abraço que eu puder ter
e me esparramar de não mais poder
Sinta o meu coração todo acelerar
entre ondas turvas a se conflitar
Quase sem querer
posso te perder
mas como chegar e não me corromper

Eu sei que você anda por caminhos
todos do avesso, mas que preço terei eu
pobre vassalo de um reino a pagar
Quero sair te procurando pelas ruas
olhos atentos no meu carro à rodar”

"Hoje á tarde veio a Elis Regina no meu ouvido
 soprando essa canção, não sei explicar muito, mas sei que
 escrevi pensando nela e na sua vóz cantando essa canção"

Auriel Filho

sexta-feira, 4 de maio de 2012


O mal que sou

Vejo os carros passarem de faróis altos
e não disfarço que você é o meu bem mais exato
nessa selva que corrompe os corações
onde a solidão que não cessa é mais forte
que o mar das desilusões

Vejo o estrago do meu lado
e penso sobre o mal que sou
Fui rompendo medos
e os meus desejos nada
me sobra centavos de amor