quarta-feira, 29 de abril de 2009

DESTINO PREGA PEÇAS
“Queroli”


Chegou cansado, mas com um brilho no olhar. Na cabeça milhões de idéias e aquela cena de horas atrás. Ficou a pensar na mulher com o nome de sete letras e no encontro inesperado. Alojado na sua sala abriu uma garrafa de vinho e foi até ao computador colocar uma música que era a trilha sonora daquele encontro. A música instrumental latina de Carlos Santana “EL FAROL” o fez lembrar das noites intermináveis onde ele fazia juras do eterno até que a morte nos separem. Pensava nessas horas quando a conheceu. Estava ela atravessar a rua, mas o farol estava quebrado e os carros não paravam para que ela pudesse passar. Cavalheiro que era logo foi em sua direção e a ajudou atravessar sem perigo. Maldito farol disse a moça, mas logo se convenceu que o farol quebrado era um sinal e assim olhou o seu salvador como herói. Malditas mulheres, veio em sua mente ao tentar desvencilhar do olhar da moça que o comia com olhos de fogo. A moça que nunca havia tido um romance na vida devido a sua timidez agora estava toda excitada à procura do amor que nunca teve e isso agora se tornava um problema. Naquele dia o tempo havia mudado de repente e o frio chegou mais depressa, Ela que estava com um vestido fino e sem mangas logo ficou arrepiada e Set pela primeira vez teve coragem de olhar aquela mulher de 1,70 nos olhos. Reparou que os seus olhos eram claros, que seu rosto tinha traços de uma menina. Ficou a olhar com olhos de ternura e viu os pêlos dos braços eriçados e os bicos do seio da moça pontiagudos e rígidos. Set hipnotizado logo tirou o seu casaco e a cobriu para que o seu corpo ficasse aquecido naquela tarde de inverno. A moça agradeceu e pela primeira vez lhe dirigiu a palavra:
Muito obrigado por me salvar duas vezes.
Não foi nada apenas quis ajudar.
Sei que sim, mas nessa cidade é muito difícil de se conseguir ajuda, pois todos estão preocupados com os seus próprios dilemas e com isso não conseguem olhar para os lados e nem para as pessoas.
A cidade grande tem dessas coisas, as pessoas sempre estão apressadas, minimizou.
Após essas palavras ela deu sinal a um táxi que passava na rua dos pesares e se despediu de Set com um leve olhar de agradecimento. O motorista acelerou após o farol verde e pelo vidro traseiro do táxi ficou olhando Set paralisado vendo o carro se afastar. Sentiu raiva de si ao não ter tentado descobrir o que ela fazia, o seu nome sem enigmas e aonde morava, agora esperaria o destino mais uma vez interceder ao seu favor.
Chegou em casa e ligou o computador, no seu arquivo de mp3 selecionou algumas músicas para tocar e foi tomar banho. A água caia com força e quente, Set nessa hora pensou em um teórico alemão do final do século XIX que citava que as mulheres tinham alguns defeitos gravíssimos e que mesmo passando os séculos perduraria para todo sempre e que o homem deveria trata-las apenas para saciar o seu desejo. Citava que muitas pensavam assim como nós, mas poucas tinham coragem de assumir. A mulher, dizia ele, procurava no homem o príncipe encantado, o herói que vem lhe salvar com a sua lança forte e rija ou até mesmo um pai que a trataria como uma filha. A mulher segundo ele não mudaria nunca e que nos tempos vindouros também se apresentariam da mesma forma. Set ao tomar banho ficou a pensar naquela teoria e fez uma comparação com outro texto de um teórico dos nossos tempos que dizia que a mulher de hoje quer viver de facilidades, no mais deseja que tudo venha pronto. Quer um homem bem posicionado na vida, que tenha um motor, que sacie a sua vontade de princesa mal resolvida e que ele transe todos os dias. No mais não quer o papel e nem a personalidade daquelas poucas que habitaram a nossa história que combatiam o bom combate com os seus companheiros construindo juntos uma relação saudável entre homem e mulher. Set ficou a pensar o por quê daquilo vir em sua mente logo agora que uma mulher tocou-lhe o seu coração. Muitas imagens vieram em sua mente e pensou nos relacionamentos da sua vida que não deram certo e o medo que sentia em se apaixonar novamente. Os pensamentos cessaram ao desligar o chuveiro, mas o terror de ter um novo relacionamento iria persistir por algum tempo até que tomasse coragem de encarar o problema de perto. Já fazia algum tempo que havia fechado a sua mente para a paixão, desde aquele dia chuvoso no Cemitério do Vale, não queria mais aquela dor alojada no peito e nem os pensamentos suicidas que povoava o seu caminho. Set não queria nem pensar na possibilidade de um romance naquele momento, não conseguiria ser aquele homem de antes que se arriscava no amor mesmo quando as pesquisas ao seu favor eram desfavoráveis. Mesmo assim não é o consciente que manda nessas coisas do amor num primeiro momento e sim o inconsciente, é ele que determina, quem joga as primeiras cartas e é assim que tudo começa.
Ainda dentro do táxi a moça com o nome de sete letras ficou a pensar na sua timidez, estava se achando uma criança ao dizer a Set que o seu nome tinha apenas sete letras, mas não disse quais em sua ordem. Ele deve estar me achando uma criança pensou, mas sabia que teria mais uma chance, pois Set havia esquecido seus documentos dentro do casaco e quando partiu esqueceu de pegar.
Ela sorriu timidamente, a sua mente foi até um altar da igreja e ela toda de branco. E o motorista que as vezes a olhava pelo espelho frontal ficou a imaginar qual seria a graça naquele momento, mas não teve a audácia suficiente para perguntar.

Extraido do livro
"Contos do Inferno"
Frutas da discórdia

Confesso sou um devorador de algumas frutas, outras deixo para o meu amigo Ronaldo flamenguista e corintiano que é bom nisso. Como o Brasil é generoso, em todo lugar nascem aos montes essas frutas...quantas vezes não comi melancias, melãozinho, jacas, uvas e maças, sem contar outros derivados que não são propriamente frutas como: moranguinhos e cerejinhas. Já ouvi dizer que na Bahia da coco e na minha cidade Guarulhos jornais a dar com pau. Poderíamos alargar para o Rio de janeiro que lá só dá mulher fruta...Nunca se viu tantas frutas...Um amigo meu que é Freudiano disse que essa preferência nacional no momento por frutas e totalmente de ordem obsessiva compulsiva e pega muito o sexo masculino cerca de 72% e em mulheres pouco mais de 8% da população. Disse ainda que o problema também está na fase oral, o desejo que se inicia pela via oral desde a tenra infância...Em qualquer ser humano que não foi saciado na amamentação e por isso na fase de desenvolvimento quer colocar a fruta na boca....não quis por sua vez explicar tudo por falta de tempo e revisão que teria que fazer nos livros do Sigmund. Mas essas discussões a cerca da fruta, longe de ser modismo sempre vai existir. Já tem ecos no ar das feministas de plantão dizendo que as frutas são nefastas e que comê-las podem trazer doenças mil. Contando ainda que essas frutas destroem o lar familiar, a moral e os bons costumes, além disso, atitudes como essas desmoralizam a fruta...que além de fruta, vira gula e a gula é um dos sete pecados....As feministas agora querem mudar o jogo já que não conseguem que essas frutas virem mulheres e querem ir para o ataque...Estão pensando de montar uma estratégia de marketing e criar o homem hortifrúti...Bananas, berinjelas, nabos, cenouras e mandiocas seriam a bola da vez....Pro ataque como o Ronaldinho fenômeno faz quando pega nas bolas que recebe dos companheiros...Devo dizer que essa briga ou disputa não vai acabar e sinceramente as frutas não tem culpa pelas bobagens que os seres humanos criam e inventam para vender um produto. Tudo é uma modinha tem data certa pra terminar até que um esperto invente outra coisa para por no lugar. Então prefiro dar risadas do que levar uma coisa tão tosca a sério.
E viva o povo brasileiro que mesmo na desgraça consegue achar graça na vida ruim que leva...

Extraido do livro
“Contos do inferno”
a ser lançado num futuro
próximo por alguma editora

terça-feira, 28 de abril de 2009

Jesus gigolô

Estrelas da musica e do cinema mundial são iguais aos portugueses em quesitos da descoberta e em nome de alguma força maior que os impulsionem. Os portugueses dizem nos seus arquivos históricos que descobriram o Brasil, há controvérsias, mas vamos lá....Mesmo assim foram eles que implantaram a boa vida e a sacanagem, também deveras...Terra fértil, mar, sol, índias nuas, ouro e dominação total...Mas depois que usaram e abusaram das nossas riquezas e procriaram com as nativas índias e depois negras...levantaram a ancora volver...
As estrelas do show busines não ficam atrás quando aportam por aqui,mas diferem dos portugueses em poucos aspectos: Se encantam pela arquitetura da favela e faz ainda os pobres e a imprensa tupiniquim acreditarem que aquilo parece uma obra de Niemeyer, mesmo quando a arquitetura vem com esgoto a céu aberto e doenças mil, tudo isso devido aos maus políticos que nada fazem pelo morro ou pela comunidade....
As estrelas também se encantam como os portugueses por bundas...de branquinhas,ruivinhas e mulatas e agora também de algumas índias que vira e mexe aparece fazendo uma ponta em novelas da Globo. Mas tudo muda e o paladar também.... agora adoram certas mulheres com nomes de frutas como nós: Melancia, jaca,melão, maça e outros derivados como: moranguinho, uva e cerejinha. Nesse quesito os portugueses tiveram menos sorte, devido a falta de abundancia dessas frutas na época.
Agora passando para a questão feminina dizem também que as portuguesas também se encantaram, mas não pelos índios e sim pelos negros. Dizem as más línguas que a princesa Isabel era chegadíssima...Já as estrelas femininas são mais atentas, sempre querem adotar proles de mães que parem aos montes sem planejamento e sem condições emocionais e financeiras. E além disso usa também o macho brasileiro como souvenir, só pra inglês ver e dar ibope para os tablóides ou estandartes. No caso da Madona por exemplo isso fica mais explicito. Se nem o diabo pôde com ela, com certeza aos 50 anos teria que encontrar Jesus
mas não o Jesus socialista, mas sim o Jesus material boy ou toy boy como diz a mídia internacional e que aqui na nossa imprensa é chamado de Jesus Gigolô.
A Madona está na dela, é esperta e os portugueses também, no caso deles ninguém assumem nada definitivamente, os portugueses com o Brasil e a Madona com Jesus. Mas uma coisa ninguém pode dizer que eles não se parecem....Ambos fizeram todas as atrocidades em nome de Jesus....

extraido do livro
ainda em fase de construção
"Contos dos infernos"
Autor:Auriel Filho

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sagazes, apaixonadas e espertas

Elas manipulam sempre quando querem algo
Oh! nossas fraquezas por lágrimas e pelo
um par de cochas nos fazem vulneráveis
Elas sempre sabem o que querem...
Mas elas, ah! Como são sagazes e espertas
Longe de mim pensar mal delas, afinal a nossa mais
transcedental brincadeira são com elas, pelo menos com
aquelas que gostam...
Ah! Mas elas como são sagazes, apaixonadas e espertas

Extraido do livro
"Na rua da solidão noturna"
Autor:Auriel Filho
Atrás do conversível azul

Liz andava pensativa nos últimos meses. Pensava em abandonar tudo, romper com as barreiras impostas pela família. Pensava já ser adulta, principalmente por ter passado nesse ano na Universidade Federal, no qual ia cursar filosofia. No entanto estava pensativa não devido aos problemas acadêmico e sim familiar, queria sair de casa e nunca mais dar sinal de vida para os pais. Reclamava com as amigas e amigos que seus pais não a entendia e por isso a melhor maneira seria abandoná-los, fugir para morar só ou com a galera da Uni...versidade... Certo dia havia bebido demais e começou contar que precisava se libertar, estava curtindo um som riponga na casa da Cacá e com uns goles a mais disse que não agüentava mais a proteção dos pais, o dinheiro, sua casa confortável e as roupas de grife. A única coisa que gostaria de levar se fosse embora de casa era um conversível azul, que na sua avaliação era um instrumento de liberdade. Imaginava dirigindo aquele carro com os cabelos ao vento, ouvindo um som underground e tomando umas...Na verdade só pra comentar um pouco sobre os pais de Liz no qual não conheci pessoalmente, mas sabia pelos vizinhos que eram pessoas honestas e trabalhadoras, que eles tinham uma grande dificuldade com a adolescente devido aos mimos que sempre fizeram pra ela e a falta de limites que esqueceram de colocar na educação da moça adolescente...A moça por sinal sempre fora rebelde segundo o olhar dos vizinhos...Houve um dia, porém que ela tomou a decisão quando bebia de madrugada com os universitários, vou me embora.Não para Pasargada como Manuel Bandeira, mas vou embora da minha casa pra sempre disse...Depois de acordar da bebedeira no outro dia lá pelas seis da noite, pegou um ônibus e rumou para casa. Chegando ao portão, logo estranhou aquele silencio, pegou a chave abriu a porta da sala e percebeu que não havia móveis na sala, foi para a cozinha e não encontrou geladeira, fogão, microondas e outros utensílios. Subiu as escadas com o coração acelerando e não encontrou cama, guarda roupa, roupas e outros pertences até mesmo dela...Para piorar encontrou um contrato de venda da casa com o nome do novo proprietário...Começou a ficar nervosa e sem entender nada, chorou pensando no pior....Só depois de algum tempo chorando é que foi perceber que os seus pais é que queriam dar um tempo longe dela, por não agüentar mais as estripulias e a falta de compreensão da mesma.....Longe dali numa colina ouvindo musica e tomando um vinho estavam os seus pais no conversível azul, fazendo tudo e mais um pouco daquilo que ela já havia pensado antes.....

Auriel Filho