quinta-feira, 25 de junho de 2009


Noturnos

Seres saem correndo na madrugada, encapuzados e com garrafas muquiadas. Alcoolizados ou sóbrios? Não se sabe ao certo, mas mesmo assim a madrugada promete. Estradas esburacadas, corações solitários vagando e rangendo os dentes. Sonhos perdidos, desgovernados, buscando o amor que se perdeu nos conteúdos sombrios d’alma.
Noturnos rompendo a neblina, organismo alterado, abraços de um pacto profundo, embriagado e impuro. Damas da noite e vagabundos são estrelas na madrugada e os noturnos são os donos do paraíso perdido.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Poema para ficar só

O meu mar não é o mesmo que o teu
e nem o meu barco quer passear mais com você
Vou seguir olhando pra frente
quero me perder nos confins do mundo e não vou voltar
nada me prende, nada me faz parar, nada me faz retroceder
O meu mar não é mais o nosso mar
entenda que prefiro a solidão do que viver com você
O meu mundo eu pinto com as cores que eu quiser e
pouco me importa que tú penses...
Não tenho amarras, não tenho manhãs e nem noites
não tenho inverno, primavera, outono ou verão...
Minha vida é feita de instantes onde percebo que estou vivo. Não penso no outro dia, porque não me pertence...
Veja que o meu mar não é o mesmo que o teu......

"Que venha a solidão"

Auriel Filho

terça-feira, 2 de junho de 2009

Livros da discórdia: ponto de vista

Já havia acontecido um erro nos conteúdos didáticos do livro de geografia que a Secretaria Estadual de Educação enviou para as escolas públicas, isso ainda podemos até relevar devido as questões de correções e etc. Mas não vim falar especificamente disso, quero apenas falar dos livros enviados para leitura que o governo Serra enviou para os milhares de alunos das escolas do Estado de São Paulo. Longe de achar ruim que livros sejam dados gratuitamente, mas o problema é outro, gostaria que os pais tentassem ler esses livros e fizessem uma auto critica sobre se os conteúdos ali são próprios para o entendimento dos seus filhos com idade de 11 e 12 anos. Os livros são esses: O coruja, autor Aluisio Azevedo, Editora Global, Papéis avulsos, autor Machado de Assis, Editora Educacional, As infâncias de Manoel de Barros, Editora Planeta, autor Manoel de Barros. Vou apontar aqui alguns problemas que vejo nessa ação onde o governo dá livros e não elabora em cima disso uma orientação de leitura e interpretação dos conteúdos dos mesmos. Esses livros foram entregues em março e até hoje não foram usados como fator de introdução a leitura e interpretação desses textos, além disso a temática dos livros para quem conhece os nossos autores do passado como Machado de Assis e Aluisio Azevedo são extremamente complexos, principalmente os termos de época que na sua grande maioria são fora do usual no momento. É bom lembrar que estou falando de um tipo de livro para a leitura e entendimento dos estudantes de 11 a 12 anos da 6ªsérie do ensino fundamental II. Voltando ao assunto é preciso que os especialistas que colocam no seu planejamento livros paradidáticos respeitem a fase que a maioria dos alunos com essa idade se encontram. Nessa fase o aluno precisa ser introduzido a livros lúdicos com mais imagens e com menos textos, devemos lembrar que essa é a segunda fase de iniciação a literatura para o aluno, as vezes esse mesmo aluno nunca passou pela primeira fase que é direcionada na pré escola e no fundamental I(1ª a 4ª série) e portanto vai odiar pegar um livro fora do seu campo global. Não quero levar a pensar que pessoas dentro da educação estadual tenham relações mais do que educacionais com algumas editoras ao ponto de fechar os olhos para a minha indagação sobre os critérios que fazem uma secretaria a fazer escolhas que não visam as fases que os alunos se encontram. Não quero acreditar que estão empurrando livros que estão encalhados no almoxarifado dessas editoras por causa de amizades escusas entre donos de editora e o setor de compra da Secretaria Estadual de Educação, longe disso, prefiro acreditar que foi mais um erro do governo Serra na educação. Para encerrar e para não dizer que fiz a crítica apenas por fazer quero indicar para os membros que cuidam desse assunto alguns livros que vão respeitar essa fase que citei dos estudantes com 11 e 12 anos. Livros que indico: Meu pé de laranja lima(realidade), autor José Mauro de Vasconcelos, Editora Melhoramentos, Lendas chinesas( fantasia), autor Eraldo Miranda, Editora Salesiana e Lico Pirulito( poesia infantil), autor Jorge Lasar, Editora Espaço Idea.

Auriel Filho é psicólogo e formado em Literatura