segunda-feira, 27 de abril de 2009

Atrás do conversível azul

Liz andava pensativa nos últimos meses. Pensava em abandonar tudo, romper com as barreiras impostas pela família. Pensava já ser adulta, principalmente por ter passado nesse ano na Universidade Federal, no qual ia cursar filosofia. No entanto estava pensativa não devido aos problemas acadêmico e sim familiar, queria sair de casa e nunca mais dar sinal de vida para os pais. Reclamava com as amigas e amigos que seus pais não a entendia e por isso a melhor maneira seria abandoná-los, fugir para morar só ou com a galera da Uni...versidade... Certo dia havia bebido demais e começou contar que precisava se libertar, estava curtindo um som riponga na casa da Cacá e com uns goles a mais disse que não agüentava mais a proteção dos pais, o dinheiro, sua casa confortável e as roupas de grife. A única coisa que gostaria de levar se fosse embora de casa era um conversível azul, que na sua avaliação era um instrumento de liberdade. Imaginava dirigindo aquele carro com os cabelos ao vento, ouvindo um som underground e tomando umas...Na verdade só pra comentar um pouco sobre os pais de Liz no qual não conheci pessoalmente, mas sabia pelos vizinhos que eram pessoas honestas e trabalhadoras, que eles tinham uma grande dificuldade com a adolescente devido aos mimos que sempre fizeram pra ela e a falta de limites que esqueceram de colocar na educação da moça adolescente...A moça por sinal sempre fora rebelde segundo o olhar dos vizinhos...Houve um dia, porém que ela tomou a decisão quando bebia de madrugada com os universitários, vou me embora.Não para Pasargada como Manuel Bandeira, mas vou embora da minha casa pra sempre disse...Depois de acordar da bebedeira no outro dia lá pelas seis da noite, pegou um ônibus e rumou para casa. Chegando ao portão, logo estranhou aquele silencio, pegou a chave abriu a porta da sala e percebeu que não havia móveis na sala, foi para a cozinha e não encontrou geladeira, fogão, microondas e outros utensílios. Subiu as escadas com o coração acelerando e não encontrou cama, guarda roupa, roupas e outros pertences até mesmo dela...Para piorar encontrou um contrato de venda da casa com o nome do novo proprietário...Começou a ficar nervosa e sem entender nada, chorou pensando no pior....Só depois de algum tempo chorando é que foi perceber que os seus pais é que queriam dar um tempo longe dela, por não agüentar mais as estripulias e a falta de compreensão da mesma.....Longe dali numa colina ouvindo musica e tomando um vinho estavam os seus pais no conversível azul, fazendo tudo e mais um pouco daquilo que ela já havia pensado antes.....

Auriel Filho

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