terça-feira, 4 de dezembro de 2012

DIGIBY E DEXTER

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LIVRO: DIGIBY E DEXTER

Autor: AURIEL FILHO

Costumo dizer que Digiby e Dexter é uma história atemporal apesar de ter nascido a história nos anos 80. Quis retratar um pouco essa atmosfera que envolvia essa década pelo menos para a minha e para várias turmas onde trocavamos segredos e pensamento de liberdade pessoal.

Com toda sinceridade quero dizer que quando estávamos na adolescencia o Brasil vinha saindo de uma ditadura e um processo continuo de abertura política. Mesmo com a abertura política ainda existia um sentimento de uma ditadura dentro da família, nas escolas e porque não dizer da própria sociedade que via o seu status quo ameaçado.

A turma de Digiby e Dexter são personagens que entendem toda essa atmosfera política desse tempo, mas estão preocupados com coisas peculiares das suas vidas como amizade, amor, falta de diálogo dentro de casa e o mais importante escolher e decidir o rumo de suas vidas após o fim de seus estágios dentro da escola.

Além de Digiby e Dexter, fazem parte da turma a Mariana, o Jonny e o Turcão. Todos esses são personagens do nosso cotidiano com suas angustias, medo, solidão, que estão em busca de se libertar dos seus fantasmas pessoais.

Mariana menina rica que procura ser tratada como pessoa e não pelo que tem, além disso tem problemas constantes com medicamentos e com os pais que tinham mais tempo para os negócios do que para a família. O Jonny um rapaz inteligente, contido, mas era quem colocava as coisas da turma no eixo. O Turcão é um desses amigos que acredito que todos tem. Turcão é puro coração, busca alegrar a turma quando a nuvem cinza pairavam nas cabeças dos amigos. É otimista e se diverte mesmo tendo que prestar contas o tempo todo por causa da sua raça e religião.

A década de 80 no qual estão envolvidos, tudo acabava girando na discussão política, muitos que voltaram escreveram livros sobre exilio, sobre a sua volta para o Brasil que tinha certa importância pra eles, mas para os personagens que estavam no fim da adolescencia e entrando na mocidade isso queria dizer pouco, pois queriam retratar outras coisas que eram mais próximas das suas realidades. Por isso líam poucos livros políticos e gostavam mesmo de escritores que retratavam a busca pela liberdade humana em procura do seu próprio eu pessoal como Kerouac, Ginsberg,Henri Miller, Herman Hesse e Nietschie.

Eles queriam viver, romper as barreiras, experimentar o novo, ousar, dizer tudo aquilo que estavam sentindo em relação a família, aos amigos e a sociedade. Queriam pegar a estrada e seguir em frente como On The Road de Jack Kerouac.

Um comentário:

  1. Amigo,li vários textos teus,aqui no blog...São histórias gostosas,suaves..o estilo que eu procuro sempre..Este captar a poesia escondida nas pequenezas da vida..Esta paixão por incutir certo valor e graça nos instantes mais efêmeros,como se assim,pudêssemos segurar o rio do tempo por um tequinho a mais que as pessoas comuns...Beijos,seu lindo!

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